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Os riscos de dietas extremas para emagrecer rápido

Os riscos de dietas extremas para emagrecer rápido

Atualmente as dietas extremas para emagrecer rápido, também conhecidas como “dietas da moda”, são comuns em busca de resultados rápidos e aparentemente eficazes para a perda de peso. Porém a busca por um corpo perfeito e uma alimentação saudável tem levado muitas pessoas a adotarem dietas extremas, muitas vezes sem orientação de profissionais da saúde. Dessa forma, essas dietas podem trazer riscos à saúde e, em alguns casos, até mesmo levar à morte.

Ou seja, dietas extremas, como a dieta da moda do momento, a dieta da sopa, a dieta da proteína, a dieta do jejum intermitente, a dieta da lua, a dieta da água, entre outras, prometem resultados rápidos e milagrosos. No entanto, a maioria dessas dietas é baseada em restrições alimentares severas e pode levar a deficiências nutricionais, problemas de saúde mental e física, além de um efeito rebote a longo prazo.

Deficiências nutricionais

Dietas extremas geralmente restringem grupos inteiros de alimentos, o que pode levar a deficiências nutricionais, como falta de proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais essenciais. Por exemplo, a dieta da proteína, que recomenda a eliminação completa dos carboidratos e a ingestão de alimentos ricos em proteínas. Embora a proteína seja importante para o crescimento e reparação do tecido muscular, uma dieta com excesso de proteína pode levar a problemas renais e hepáticos, além de deficiências de cálcio, vitamina D e fibras.

Problemas de saúde mental e física

Dietas extremas também podem levar a problemas de saúde mental, como transtornos alimentares, ansiedade e depressão. Como resultado, a restrição alimentar severa pode desencadear comportamentos alimentares compulsivos e a obsessão pelo peso e pela comida. Porque a longo prazo, essas dietas podem levar a uma queda no metabolismo e a um aumento do risco de doenças cardíacas, diabetes e outras doenças crônicas.

Efeito rebote

Um dos maiores riscos de dietas extremas é o efeito rebote. Quando uma pessoa volta a comer normalmente após uma dieta restritiva, o corpo tende a armazenar mais gordura do que antes, a fim de se proteger contra a fome futura. Além disso, a perda de peso rápida pode causar a diminuição da massa muscular, o que pode afetar o metabolismo a longo prazo e tornar mais difícil manter um peso saudável.

Orientação de profissionais da saúde

Antes de adotar qualquer dieta é importante buscar orientação de um profissional da saúde, como um nutricionista ou um médico especializado em nutrição. Porque eles podem avaliar o histórico médico, a composição corporal e as necessidades nutricionais individuais de cada pessoa, além de fornecer orientações personalizadas sobre a alimentação adequada e saudável.

Exemplos de Dietas extremas

Um exemplo de dieta extrema é a dieta da proteína, que preconiza a ingestão elevada de alimentos ricos em proteínas, como carne, ovos e laticínios, em detrimento de carboidratos e gorduras. Embora possa haver uma perda de peso inicial, estudos mostram que essa dieta pode levar a um maior risco de doenças cardiovasculares, problemas renais e osteoporose (1).

Outra dieta extrema é a dieta detox, que preconiza o consumo exclusivo de sucos e sopas com o objetivo de eliminar toxinas do corpo. No entanto, essa dieta pode causar a perda de nutrientes essenciais, além de provocar desequilíbrios no metabolismo e prejudicar o sistema imunológico (2).

A dieta do jejum intermitente, que consiste em períodos alternados de alimentação e jejum, também é uma dieta extrema que tem sido adotada por muitas pessoas. Embora possa levar à perda de peso, o jejum intermitente pode causar hipoglicemia, tonturas, fadiga e problemas de sono, além de aumentar o risco de desordens alimentares (3).

De acordo com a Academia de Nutrição e Dietética dos Estados Unidos, as dietas extremas podem causar deficiências nutricionais, perda de massa muscular, desidratação, alterações no metabolismo e aumento do risco de doenças crônicas, além de aumentar o risco de desordens alimentares (4).

Por isso, no Brasil, a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) alerta para os riscos dessas dietas extremas e enfatiza a importância de uma balanceada e saudável, com a inclusão de todos os grupos alimentares e moderação nas porções (5).

Além disso, é importante ressaltar que cada indivíduo tem necessidades nutricionais específicas e que dietas extremas podem trazer prejuízos para a saúde. Então, é sempre recomendado buscar orientação de um profissional de nutrição antes de iniciar qualquer tipo de dieta.

Conclusão

Em resumo, dietas extremas podem parecer a solução para uma rápida perda de peso e para uma alimentação saudável, mas os riscos para a saúde superam os benefícios a longo prazo. Como resultado, as deficiências nutricionais, problemas de saúde mental e física, efeito rebote e outros riscos podem levar a uma piora da qualidade de vida e a um maior risco de desenvolver doenças crônicas. Por isso, é importante adotar uma alimentação equilibrada e saudável, com a orientação de profissionais da saúde, que possa ser mantida a longo prazo e contribuir para uma vida saudável e feliz. Lembre-se, dietas extremas não são a solução para a saúde e bem-estar, mas sim uma alimentação balanceada, atividade física regular e hábitos de vida saudáveis.

Referências bibliográficas:

  1. Bernstein, AM et al. Major dietary protein sources and risk of coronary heart disease in women. Circulation. 2010; 122(9):876-883.
  2. Klein AV, Kiat H. Detox diets for toxin elimination and weight management: a critical review of the evidence. J Hum Nutr Diet. 2015; 28(6):675-686.
  3. Harris L et al. Intermittent fasting interventions for treatment of overweight and obesity in adults: a systematic review and meta-analysis. JBI Database of Systematic Reviews and Implementation Reports. 2018; 16(2):507-547.
  4. Academy of Nutrition and Dietetics. Extreme Diets: What You Need to Know. https://www.eatright.org/health/wellness/diet-trends/staying-away-from-fad-diets. Acesso em 13 de março de 2023.
  5. Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição. Alerta da SBAN sobre dietas restritivas. http://www.sban.org.br/blog-sban.aspx#:~:text=A%20longo%20prazo%20a%20pr%C3%A1tica,ano%20ap%C3%B3s%20a%20dieta%20restritiva.. Acesso em 12 de março de 2023.
  6. American Heart Association. (2019). Trending Diets: Are they Safe and Effective? https://www.heart.org/en/healthy-living/healthy-eating/losing-weight/trending-diets
  7. Academy of Nutrition and Dietetics. (2021). Fad Diets: Sorting Fact from Fiction. https://www.eatright.org
  8. National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases. (2021). Fad Diets. https://www.niddk.nih.gov/health-information/professionals/diabetes-discoveries-practice/popular-diets-and-patient-support
  9. Strohacker, K., & Carpenter, K. C. (2015). High-protein diets for weight management: Interactions with the intestinal microbiota and consequences for gut health. Sports Medicine, 45(2), 181-192.
  10. Sumithran, P., Prendergast, L. A., Delbridge, E., Purcell, K., Shulkes, A., Kriketos, A., & Proietto, J. (2011). Long-term persistence of hormonal adaptations to weight loss. New England Journal of Medicine, 365(17), 1597-1604.